ADOLESCENTE





BULLYING

ESTEJA ATENTO AOS TEUS FILHOS


Bullying

Muitos jovens sofrem em silêncio com medo de colegas que os agridem na escola

De há alguns anos para cá, tem sido noticiado na imprensa casos de adolescentes que agridem colegas de escola. A esse fenómeno convencionou chamar-se Bullying.
Seremos naturalmente maus?
À partida todos acreditamos que as crianças são naturalmente boas e inocentes, ainda que alguns autores afirmem o contrário, ou seja, que a nossa natureza é agressiva, mas moldada pela educação. Assim, tudo dependeria em grande parte da educação que recebemos dos nossos pais e das influencias do meio.
É certo e sabido que os mais pequenos precisam de regras, caso contrário as traquinices sucedem-se a um ritmo avassalador. No entanto, existe uma clara diferença entre a traquinice própria da infância e outros actos que poderemos considerar de maldade pura e simples, como é o caso do Bullying.
Não existe tradução portuguesa para o termo mas, grosso modo, trata-se do acto de agredir um colega de escola, intencionalmente e de modo repetido,. Estas agressões causam angústia ou humilhação à vítima, ocorrem sem motivações evidentes, e são adoptadas por um ou mais estudantes contra outro (s).









Há sempre três tipos de pessoas envolvidas nessa situação de violência: o espectador, a vítima e o agressor. O espectador assume uma atitude passiva e esta passividade deve-se ao facto de temer represálias ou, ao contrário, por sentir também algum prazer com o sofrimento da vítima.

Por sua vez, a vítima costuma ser a pessoa mais frágil, com algum traço ligeiramente destoante do grupo de pares, traço este que pode ser físico (uso de óculos, alguma deficiência, roupas fora de moda...) ou emocional, como é o caso da timidez.
Geralmente não dispõe de habilidades físicas e emocionais para reagir, é insegura a timidez impede-a de procurar ajuda. Normalmente é uma pessoa com dificuldades na criação de novas amizades e não se encontra inserida num grupo.
Frequentemente são-lhe furtados ou partidos os objectos pessoais. No ambiente familiar a vítima apresenta sinais de evitamento do meio escolar, mas habitualmente sofre em silêncio e não procura ajuda dos familiares, professores ou funcionários da escola. Por tudo isto, é vulgar que mude de escola ou pior, que opte por abandonar os estudos.


O agressor


Os agressores são habitualmente vistos como antipáticos, arrogantes e desagradáveis. Segundo alguns estudos, é vulgar que sejam oriundos de famílias pouco estruturadas, com pobre relacionamento afectivo entre os seus membros.
Para além disso, os pais não impõem regras e o modelo de comportamento que têm em casa, sugere que a solução para os problemas passa pelo comportamento agressivo ou explosivo.
Há estudos que apontam para que as crianças ou jovens que praticam o Bullying se transformem em adultos com comportamentos anti-sociais, psicopáticos e/ou violentos, o que vai fazer com que enveredem por uma vida de delinquência.

Formas de Bullying
Falamos de actos como colocar apelidos ofensivos, gozar, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, amedrontar, tiranizar, agredir, empurrar, ferir, roubar, de entre outros. Os rapazes estão mais envolvidos com o Bullying, quer como agressores, quer como alvos.
Já entre as meninas, embora com menor frequência, o Bullying também ocorre e caracteriza-se basicamente pela exclusão ou difamação. Uma menina é completamente colocada de lado pelo restante grupo, sendo humilhada e ofendida verbalmente. Habitualmente inventam histórias sobre ela e espalham-nas pela escola.
Recentemente surgiu também o "cyberbullying", que consiste no recurso às novas tecnologias, Internet e telemóveis, como forma de maltratar os outros. Apesar de ser praticado de forma virtual, tem preocupado pais e professores, pois através da internet os insultos rapidamente se multiplicam.
Os meios virtuais utilizados para disseminar difamações e calúnias são as mensagens escritas de telemóvel, as comunidades virtuais, e-mails, MSN, blogs, fotologs e locais como o Youtube.
Os agressores chegam ao ponto de atrair as vitimas para um determinado local, onde os espancam, ou obrigam a manter relações sexuais com colegas. Todos estes comportamentos são deliberadamente filmados e depois colocados a circular na internet.

Consequências para a vítima
As consequências dependem directamente da personalidade-base da vítima e do apoio que tem à posteriori, em especial por parte da família. Ainda assim, podemos dizer que muitas crianças e jovens vítimas de Bullying, desenvolvem fobia escolar, depressão, distúrbios psicossomáticos. Nos casos mais graves, podem chegar a tentar, ou mesmo a cometer suicídio.
A consequência mais grave da pressão sofrida nos casos de Bullying, decorre do facto do agressor fazer a vítima sentir-se insignificante, abjecta, desprezível, o que vai aniquilando a autoestima e a vai deixando sem energia para reagir.
A vítima pode nunca chegar a superar totalmente os traumas sofridos, o que lhes provoca sérios problemas de relacionamento no futuro. Outra consequência possível é a vitima se transformar em agressor, vindo a praticar o Bullying em adulto.
Por tudo isto, é de extrema importância que os pais e professores se mantenham atentos aos sinais e sintomas. Caso uma criança, ou jovem, comece a apresentar relutância em ir para a escola é de investigar o que se passa.


6 sinais de alerta
Os pais têm um importante papel a desempenhar de modo a prevenir esta situação. É sabido que habitualmente os alvos do Bullying possuem uma característica qualquer que a torna vítima fácil.
Nomeadamente, são obesas, com uma qualquer dificuldade de expressão, (por exemplo, gaguez), com tiques, timidez ou demasiado extrovertidos, usam óculos… ou seja de alguma forma o jovem foge aos padrões normativos.
Assim sendo, um pai que tenha um filho com alguma destas características tem de ficar atento para o surgimento de alguns sinais/sintomas de alerta. Assim se o seu filho …
  • É muitas vezes alvo de brincadeiras de mau gosto
  • Tem alguma alcunha um pouco “maldosa”
  • Ultimamente recusa-se a ir à escola, sem um motivo aparente.
  • Perde coisas, ou desaparecem-lhe coisas ou mesmo dinheiro, sem justificação
  • Não tem amigos
  • Ultimamente está muito sensível às brincadeiras e reage agressivamente ou chora incontrolavelmente.


O que fazer ?
Não se deve incentivar a criança/jovem vitima a ser a ser assertiva, nem tampouco a desvalorizar o que aconteceu, a manter-se indiferente às agressões. A sua autoestima já está tão destruída que sentir-se-á cada vez mais fracassado.
Há que explicar-lhe que é natural sentir medo e vergonha, mas que deve ser capaz de falar sobre o que está a acontecer para que o possam ajudar. Para além disso, é preciso acentuar que não tem culpa alguma naquilo que aconteceu, já que muitas vezes as vitimas consideram que fizeram algo que despoletou a agressão, pelo que carregam este pesado fardo.
É também i
mportante chamar a atenção dos professores e marcar uma reunião com os pais do agressor, pedindo-lhes ajuda para a resolução da situação. Tanto a vítima de Bullying como o agressor, deverão ser alvo de um acompanhamento psicológico.
A vítima tem necessidade de recuperar a sua auto-estima e livrar-se do trauma que sofreu. Quanto ao agressor, é fácil perceber que um jovem que inflige dor a outro para seu bel-prazer, não pode estar emocionalmente equilibrado.
Fonte: sapo familia

FIM


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Relações mãe-filha

Ao longo da adolescência, a jovem passa por fases de afastamento e conflito com a mãe, mas também por outras em que procura a sua compreensão e o seu carinho.



A confusão que existe na cabeça da adolescente, pode facilmente ser percebida se observarmos a desarrumação que impera nos quartos. Tudo está amontoado, as camisolas encontram-se misturadas com as peúgas...
Qualquer tentativa de arrumar é sempre mal recebida e pode desencadear um terramoto lá em casa. O que fazer? É preciso negociar com a adolescente, e essa negociação pode passar por áreas em que pode mexer, e outras que lhe são interditas.
Por exemplo, diga à sua filha que as gavetas da cómoda têm que estar apresentáveis para que a roupa não se amarrote toda, portanto é algo que tem que ser posto a cargo da empregada.
Outros locais como a escrivaninha, por exemplo, podem ficar interditas à limpeza, desde que estejam apresentáveis. Com este tipo de negociação, pode ser que se evitem alguns conflitos, uma vez que todos nós já fomos adolescentes e sabemos que é dentro dos livros que se escondem os bilhetinhos e as cartas de amor.

As angústias
Ter de olhar para o espelho e deparar com uma borbulha nascida na véspera, é uma angústia muito grande. A imagem corporal está em crise, uma vez que as hormonas iniciaram o seu minucioso trabalho de transformação de patinhos feios em cisnes, só que essa transformação não é bem recebida porque é algo inteiramente novo que acorda medos.
A sexualidade, os afectos, a amizade, a escolha da carreira, são muitas decisões e mudanças que de repente surgem e não existe maturidade suficiente para lhes fazer face.
Um turbilhão de perguntas que não encontram respostas, tornam-se responsáveis pelos choros aparentemente sem motivo, pela falta de apetite, chegando inclusive a levar algumas jovens a cometerem tentativas de suicídio.
O grupo de pares
Sendo o grupo um dos fenómenos mais típicos da adolescência, é vital para um jovem sentir-se integrado e respeitado dentro desse contexto. O vestuário constitui um importante factor que favorece o sentido de pertença. Por isso mesmo, existem os Góticos, os Bétinhos, os Punks, os Dreads... cuja indumentária difere bastante.
O preto impera em alguns, enquanto que noutros é o ar certinho, o cabelo bem cortado, que os faz sentirem-se integrados em determinado grupo. Ainda que seja de algum modo aborrecido, apresentar aos amigos uma filha com sete brincos na orelha e outro na sobrancelha, o certo é que esta fase será tão temporária, quanto maior for a sua compreensão face a ela.

Relações mãe-filha
As paixões
Confidentes mas, ao mesmo tempo rivais, as amigas desempenham um importante papel no desenvolvimento afectivo da adolescente. São elas que levam os bilhetinhos, são elas que estão vigilantes e podem dizer se ele olhou ou foi impressão.
Sendo o início da vida afectiva algo de grande importância, tem também aqui um importante papel. Falar com uma adolescente sobre este tema não é tarefa fácil, mas depois de ultrapassar os primeiros bloqueios, constata-se que é uma experiência muito rica.
É preciso ter presente que a jovem vive ainda debaixo da crença no príncipe encantado e na felicidade eterna. Perante todo este panorama, há que evitar as chapadas da realidade. Tudo virá a seu tempo. Depois dos primeiros desgostos e desilusões, progressivamente vai havendo contacto com a vida real e uma adaptação a ela.
O despertar de afectos intensos como a paixão, traz bastante sofrimento à adolescente. A menina é mais sonhadora, anseia com o amor, mas a timidez não lhe permite uma aproximação eficaz aos rapazes do grupo.
Nesta fase, surge invariavelmente a paixão por um ídolo, coleccionam posters, sabem tudo sobre eles e teimam em correr os centros comerciais em busca de sessões de autógrafos.
Alguns pais ficam muito preocupados e até irritados ao assistirem a este fenómeno, mas é algo absolutamente normal que tende a diminuir de intensidade e a dar lugar a paixões ditas normais.
É preciso encarar tudo isto com alguma naturalidade e, ao mesmo tempo, esforçarem-se por dar a conhecer outros modelos de comportamento. Denegrir a imagem do ídolo apenas reforça a paixão, portanto é algo a evitar a todo o custo.


Os amigos virtuais
Para as raparigas mais tímidas, a Internet permite que se exponham mantendo, ao mesmo tempo, uma certa distância. O receptor não pode ver quando coram, nem sequer imagina que aquela borbulha no nariz foi a responsável pelos olhos chorosos.
Por escrito, inventam-se personagens que muitas vezes vão ao encontro daquilo que gostariam de ser, e o perigo reside no facto de poder criar-se a situação em que duas pessoas se apresentam e se conhecem com base numa história inventada.
É frequente que os pais fiquem desconfiados com a situação e coloquem pontos de interrogação em toda a história. Afinal, como é que se pode sabe se o rapaz tem, de facto, 19 anos como diz ?
Pode até ser um homem de 40 anos que quer conhecer a minha filha porque já percebeu que é uma menina ingénua. Mais uma vez, é necessário reunir todo o bom senso para abordar o problema.
Proibir qualquer contacto, torna-se uma luta inglória, uma vez que não há meios para o controlar. É bom alertar para os perigos que podem vir do facto de ir ao encontro de uma pessoa que se conhece por esta via, mostrando-se disponível para ajudar, caso tudo se encaminhe do modo mais negativo.
Por muito que custe aceitar, o adolescente precisa de correr riscos – ainda que controlados – para que possa crescer e amadurecer.